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Brasileiro’10: No ritmo do Santo e do Mestre

outubro 9, 2010

O 7, dizem alguns, é o número de Deus. É também o de Portaluppi e Jonas. Um número abençoado com toda certeza. Seja pelo que está no céu. Seja pela dupla (o “Santo” e o “Mestre”) que está na terra.

Jonas, dois gols na partida, 19 em todo o campeonato. Isolado na artilharia.

Foto: Paulo Sérgio/LancePress

Contra o Vasco, hoje, certamente teve quem (talvez eu) tenha mandado o Jonas  naquele lugar pelos trocentos toquinhos de letra sem objetividade alguma. E obviamente, quem tenha tirado o chapéu para o artilheiro do campeonato, então com 17 gols, quando fez o goleiro adversário buscar mais duas buchas no fundo da rede, somando 19 gols em 29 rodadas. O mesmo número de gols, acreditem, que Adriano (aquele tal de Imperador) e Diego Tardelli fizeram em todo o campeonato passado e na qual se tornaram artilheiros. Ou seja, “Mestre” Jonas está sobrando, com muito crédito na praça (oito gols a mais que o vice-artilheiro), podendo fazer mais trocentos toquinhos de letra sem objetividade alguma quantas vezes achar necessário.

Contra o mesmo time carioca, talvez tenha alguém (eu?) que pela enésima vez quis entender o que Portaluppi pretendia com o bendito-maldito Fábio Santos naquele lado esquerdo do time. E creio que nem o “Santo” Portaluppi, nos mais de 50 minutos que o lateral esteve em campo, entendeu. Tanto que tirou, colocou o Gilson, nenhuma sétima maravilha, mas queira ou não queira, com um minuto em campo foi até a linha de fundo e cruzou. Provando por A mais B: não é difícil cruzar da linha de fundo. Se por acaso, a opção por Fábio Santos provém do fato de ser melhor defensor, Renato, por Deus, preste atenção: ele nem para isso serve. Que não volte a cometer este equívoco, “Santo”.

A bravura do time, a luta até o último minuto e a indignação dentro de campo, principalmente contra um diabo de juiz que nem com Deus do nosso lado venceríamos hoje, são características que Portaluppi devolveu ao Grêmio, algo perdido em meio a passagem do ‘pastor’ na Azenha. Com 3×1, em outros carnavais, abaixaríamos a cabeça e pensaríamos na próxima jornada. Não com Renato. O Grêmio acreditou, quem é de fé não saiu da frente da TV, Jonas descontou e Gabriel apareceu, mesmo em um mau dia, para empatar. Justiça seria a vitória, mas com três jogadores a menos… (o trio de arbitragem era da casa)

A missão de Portaluppi era tirar-nos do atoleiro. Após 16 jogos no comando do Grêmio, o descenso não incomoda mais e vaga ao segundo escalão da América já não é o bastante. A missão dada foi cumprida*. Só que o “Santo” nos levou além do estipulado. E no atual momento, 29ª rodada, 7° lugar (podemos perder uma posição até o fim da rodada), 43 pontos, a 6 pontos do Corinthians, 3° colocado (a diferença pode aumentar), faltando 27 pontos a disputar (ou 9 jogos), confrontos de seis pontos pela frente, acreditar no inacreditável, habitual para quem é gremista, virou ordem.

No próximo domingo, às 16h, contra o Cruzeiro, o Monumental lotado fará a diferença para que o sonho de ir à Libertadores 2011 não seja desilusão. E nem que a loucura de pensar em título seja só loucura. Que sirva para que continuemos a lutar, até o fim, até 5 de dezembro, como fizemos até os 43 minutos do 2° tempo em São Januário nesta noite de 9 de outubro.

Vamos Grêmio!

– Jonas deve agradecer à equipe e, especialmente, a Douglas e André Lima. Todos estão sendo companheiros, o ajudando a ser o grande artilheiro deste campeonato. Que ele se dê conta disso e valorize.

– Que Paulão continue com suas patadas atômicas que ele deve chamar de lançamentos. Se acertar uma por jogo, como fez no terceiro gol, me serve.

– As substituições de Renato foram boas. Além de Gilson na esquerda, Diego Clementino entrou no lugar de Ferdinando e deu passe para o gol de empate. Iluminado esse número 16 também. Edílson entrou no fim e fez parte da jogada do terceiro gol no seu início. Sem ele em campo, Gabriel não estaria na área completando o lance para as redes.

– Estrela de Portaluppi até nas suas mexidas. Tudo está dando certo. Agora eu pergunto: Odone, mudar por quê?

* Em época de Tropa 2, não dava para perder a deixa.

Ficha do Jogo – 29ª Rodada – Campeonato Brasileiro 2010

Grêmio – 3 : Marcelo Grohe, Gabriel, Paulão, Rafael Marques, Fábio Santos (Gilson), Vilson, Ferdinando (Diego), Lúcio (Edílson), Douglas, Jonas e André Lima. Técnico: Renato Portaluppi.

Vasco – 3 : Fernando Prass, Fagner (Irrazábal), Cesinha, Dedé, Ernani, Jumar, Rafael Carioca (Rômulo), Fellipe Bastos, Felipe (Allan), Zé Roberto e Eder Luis. Técnico: PC Gusmão.

Estádio São Januário (Rio de Janeiro – RJ)

Público Pagante: 10.743 – Público Total: 13.651 torcedores – Renda R$ 242.135,00

Gols: Jonas, aos 41 minutos do 1º tempo e aos 27 minutos do 2º tempo, e Gabriel, aos 43 minutos do 2º tempo (Grêmio), Eder Luis, aos 15 minutos, e Cesinha, aos 45 minutos do 1º tempo, Fellipe Bastos, aos 24 minutos do 2º tempo (Vasco).

Cartões Amarelos: Fábio Santos, Rafael Marques, Gilson e Paulão (Grêmio), Dedé (Vasco).

Árbitro: Alício Pena Júnior (MG).
Auxiliares: Helberth Costa Andrade (MG) e Guilherme Dias Camilo (MG).

6 Comentários leave one →
  1. Daniel permalink
    outubro 10, 2010 12:11 pm

    Sete jogos invictos, dezesseis no comando do Renato. Até eu, que não costumo acreditar em numerologia, começo a pensar que pode ser um presságio. Vem milagre do “Santo” por aí.

    E que juizinho mais safado. Será que a CBF tá com medo do Corinthians perder até a 3ª vaga?

  2. Régis permalink
    outubro 10, 2010 4:57 pm

    Como é gostoso ver o Grêmio jogar! Time brioso, que nunca se entrega. Esta proximidade geográfica da Argentina, parece contribuir com o sentimento de entrega dos jogadores a uma só causa, a vitória, que não necessariamente pode vir, mas podemos esperar empenho dos jogadores que vestem o uniforme azul, preto e branco. Pena existir, como você bem escreveu, Bruno, uma arbitragem tendenciosa e parece que a cartolagem deve prevalescer, em detrimento à categoria e empenho dos jogadores. Ontem, no mundial de voley, sediado na Itália, por muito pouco a arbitragem prejudicou a nossa seleção, mas superamos, com categoria, todas as adversidades. Parece que a ética é relegada e temos que achar brechas para contornar situações quase impossíveis, em virtude de tanta coisa contra quem realemente merece vencer. Parabéns ao nosso tricolor e foi um empate com sabor de vitória.

  3. borracho permalink
    outubro 11, 2010 2:33 am

    Realmente, estrela do Renato nas mexidas q sempre estao dando certo, mas dessa vez eu acho q ele demorou demais pra mexer e escolheu mal o time pra começar o jogo… Vilson ja tinha ido mais ou menos no ultimo jogo improvisado de volante, Ferdinando foi mal em todos jogos tirando aquele contra o corintians (William Magrao q era a opçao incial tambem esta mal), custava dar chance pra algum guri da base q recentemente ate o “encheram de orguho”? O Maylson, q foi bem e fez gol contra o Vitoria, poderia ter sido util pro Gremio nao perder o meio de campo pro Vasco, o Fernando tambem poderia ter ganho uma chance no time pra nao precisar improvisar o Vilson (assim enfraquece a zaga perdendo um bom zagueiro e o meio ganhando um volante meia-boca), ou ate o Roberson ja q ele ja jogou assim antes e gosta de ser ofensivo.

    Ah, e q Paulao e Rafael Marques nao continuem no Gremio ano q vem. Nossa zaga estava fraca! Eu acho legal as “patadas” do Paulao, mas zagueiro tem q ser seguro no desarme, e se ele ainda nao conseguiu demonstrar isso eh melhor dar chance pros guris da base.

    E gostei de ver o Douglas com a braçadeira de capitao, parece q pesou bem pra ele essa responsabilidade. Ta muito menos displicente e mais ligado e participativo nos jogos.

    • outubro 11, 2010 9:25 am

      Borracho, desculpe a demora na publicação de seu comentário, mas não sei por qual razão ele cai no Spam. Deve ser uma falha do mecanismo.

  4. Lopes permalink
    outubro 11, 2010 11:13 am

    Nós Gremistas devemos acreditar sempre e eu acredito. Sei que devo ser minoria, mas apesar do Renato estar fazendo um ótimo trabalho e ser um ídolo tricolor, acho ele um baita marrento e bobalhão. Torço pelo seu sucesso, até porque o sucesso dele é sucesso do meu Grêmio, pelo menos no momento, mas o que é ele de luvas na beira do gramado com 16º, 18º, 20º graus. Também não gostei da sua resposta a pergunta: “se sabe fazer churrasco?” , quando disse que o churrasqueiro é otário. Educação parece não ser seu forte. Esperem o inverno de 2011 e vamos ver se permanecerá no Olímpico? Eu espero sinceramente que sim. Quero queimar minha língua, e que ele ganhe tudo que disputar, pois para mim o Grêmio está acima do Renato Portallupi ou Gaúcho, como preferirem. Ah, Rodrigo! Teu testo está muito legal, só acho que poderias ter evitado o “PASTOR”, pois parece pejorativo e massa tricolor, certamente, é formada de evangélicos também. Pelo menos um eu conheço!

    • Rodrigo Rodrigues permalink*
      outubro 11, 2010 10:11 pm

      Lopes,

      Portaluppi sempre foi assim, é o jeito dele. Cada um tem a sua personalidade. Se ele é desse jeito e sempre deu certo assim no Grêmio, está tudo bem para mim.

      Sobre o “pastor”, tenho formação batista. Então, seria um tiro no meu pé estar tirando um sarro dos evangélicos. É só um apelido que Silas ganhou, por ser evangélico e treinador, numa analogia um pastor no futebol. Beleza?

      Abraço.

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