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Coluna Ramão Gremista

fevereiro 8, 2009

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Parte II

CÂNDIDO DIAS DA SILVA E A BOLA

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O pioneirismo geralmente está associado à pessoa certa, no lugar certo e na época certa. Em 1903, o futebol era uma novidade e, ao mesmo tempo, uma incógnita no Rio Grande do Sul. Entrara no Estado por Rio Grande, cidade portuária, trazido por influência de marinheiros ingleses e alemães, ao que se conta. Porto Alegre, porém, ainda desconhecia a prática do novo esporte.

Mesmo sem saber, Cândido Dias da Silva chegava à capital para tornar-se um pioneiro. Solteiro, instalou-se em uma república localizada no número 47 da Rua Santa Catarina, hoje Rua Dr. Flores, onde compartilhava um quarto com o jovem João Ribeiro que, além de tornar-se seu amigo, com ele dividiria a paixão pelo futebol.

Cândido era natural de Sorocaba, cidade do interior paulista. Sua família, à época, residia em São Paulo, capital, onde até a década de 1960, os herdeiros da tradição familiar mantiveram em funcionamento, uma loja de artefatos de couro localizada na Avenida Brigadeiro Luís Antônio. Assim, mantendo a tradição profissional familiar, o jovem Cândido conseguiu empregar-se no estabelecimento comercial de propriedade de Júlio Becker, então localizado nas imediações da Praça XV de Novembro, no início da Rua Voluntários da Pátria, no centro da capital. A Casa Becker também comercializava artigos manufaturados em couro.

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Certo dia, Cândido recebeu um pacote enviado por sua família. O embrulho, entre outros objetos de uso pessoal, trazia um presente inusitado: uma bola de futebol. Certamente que o mimo não lhe era de todo estranho. Afinal, Cândido havia assistido alguns matchs quando residia em São Paulo. Desconhecia, porém, as regras para a prática futebolística. Tão somente sabia que a bola era conduzida com os pés e que a prática do esporte era coletiva. O desconhecimento das regras, no entanto, não foi obstáculo para que, junto com seus amigos, realizasse animados “bate-bolas domingueiros”. A bola tornar-se-ia sua inseparável companheira.

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Os lugares preferidos pela “turma da bola” eram a “Cascata” nas proximidades da Gruta da Glória e a várzea do Rio Gravataí, nas imediações de onde hoje está localizado o Aeroporto Internacional Salgado Filho e, coincidência ou não, por um desses acasos do destino, será construída a nova Arena do Grêmio. Aquela prática, que era um lazer dominical, acabaria por assumir a condição de verdadeira paixão para o pioneiro grupo de “boleiros”, depois de um evento ocorrido na capital gaúcha, em 7 de setembro daquele ano.

5 Comentários leave one →
  1. charles hansen permalink
    fevereiro 9, 2009 8:30 pm

    belo resgate ramao =) parabens!

  2. Brenda Fiorin permalink
    fevereiro 9, 2009 10:12 pm

    Teu compromisso em mostrar a história do Grêmio me fascina cada vez mais, continue assim pq tah mto bom msmo!!

  3. Eduardo permalink
    maio 14, 2010 11:28 pm

    Parabéns pelo blog! Sou paulista e gremista, como muitos muitos outros. É bom ver resgatada as origens paulistas do tricolor gaúcho.

  4. zaqueu permalink
    agosto 5, 2012 2:25 am

    o meu Grêmio eh lindo

  5. Márcio Pasa permalink
    outubro 19, 2013 7:42 pm

    enquanto uns nasceram do ódio e da inveja, o NOSSO GRÊMIO, NASCEU DA BOLA E PARA A BOLA SEMPRE VIVERÁ!
    GRÊMIO IMORTAL

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